The Killing (ou - Além de um Crime): Quando comecei a
assistir The Killing, eu estava
entediada e sozinha em casa. Depois de rodar pelo Netflix, decidi assistir um
ou dois episódios da série, sem muito comprometimento. Porém, eu só consegui
sair de frente da TV uns oito episódios depois. The
Killing é uma daquelas séries que sabem garantir uma dose de
curiosidade, deixando um gancho, uma inquietação que só será respondida no
próximo episódio. Recomendo cuidado, pode
ser uma experiência muito viciante.É uma série de televisão de
drama dos Estados Unidos baseado no seriado dinamarquês Forbrydelsen. A
primeira temporada da série, composta por 13 episódios de quarenta e cinco
minutos cada, estreou no canal a cabo AMC em 3 de abril de 2011. O primeiro
episódio da terceira temporada foi ao ar dia 2 de junho de 2013 nos Estados
Unidos, sendo assistido por 1,8 milhões de pessoas. Após o encerramento da
terceira temporada, "The Killing" foi cancelada em setembro de 2013
pela AMC, mas teve sua quarta e última temporada produzida e transmitida pela
Netflix. Trama envolvente, atmosférica; personagens complexos, bem
trabalhados, humanos; um forte senso de antecipação a cada novo
episódio. The Killing merece ser assistida por apostar praticamente
todas as fichas empersonagens. Sarah Linden e Stephen Holder são pessoas
difícieis que não se entendem com o mundo, e jamais desistem de lutar contra
ele. Em suas mãos, a missão de reestabelecer a ordem perturbada por crimes
bárbaros, mas a ordem de suas próprias vidas parece constantemente ameaçada. O
que a série tem de mais precioso está na interação entre essas duas pessoas
permanentemente sabotadas por aquilo que são. Elas incorporam o verdadeiro
dilema de The Killing: a complexa relação entre reconhecer quem você é e,
ao mesmo tempo, não aceitar ser reduzido a isso. São uma mulher e um homem sem
ilusões acerca de si mesmos, apalpando no escuro em busca de verdades
inconvenientes e tentando preservar alguma retidão num mundo povoado por
assassinos cruéis, predadores de crianças e policiais corruptos. The
Killing pode ser apreciado por suas tramas dinâmicas e envolventes; pelas
reviravoltas que não soam forçadas, mas sempre orgânicas à narrativa; por sua
pegada séria e realista. Situada em Seattle, Washington, a série segue a
investigação sobre o assassinato da adolescente Rosie Larsen, com cada
episódio, cobrindo aproximadamente 1 dia. A primeira temporada cobre as duas
primeiras semanas da investigação e tem três histórias principais: a
investigação policial sobre o assassinato de Rosie, as tentativas de sua
família de lidar com a dor da perda de Rosie e uma campanha política que se
torna envolvida no caso.
Seven Seconds: é uma websérie de drama criminal dos
Estados Unidos baseada no filme russo The Major. Densa e tensa, série da
Netflix sobre policial que atropela um garoto negro e foge é para ser vista um
episódio por vez. Atropelar e fugir já seria vil. Mas atropelar,
parar, olhar, chamar os parceiros, esperá-los chegar, deliberar e então fugir
sem prestar socorro nem sequer fazer um telefonema anônimo para a emergência –
que nome se poderia dar a isso? Na carregada Seven Seconds, que estreou na Netflix há pouco, várias possibilidades vão
surgindo: indiferença, medo, preconceito, tensão, ganância, corrupção. Criada pela produtora de The Killing, a canadense Veena Sud, Seven Seconds pode até ser matéria-prima para
maratona, porque como trama policial é impecável, repleta de desdobramentos
muito bem urdidos, que deixam o espectador ansioso pela reviravolta ou a
revelação seguintes. Se você adora casos de crimes
em grandes cidades tingidos com policiais inescrupulosos, questões raciais e
tribunais. Baixo astral e deprimente como uma previsão de tempo no inverno,
“Seven Seconds” possui uma característica inefável que todas as séries
(especialmente aquelas sobre lei e ordem) alcançam: a inegável necessidade do
espectador de acompanhar um incidente hediondo desde o seu início até a sua
resolução, a fim de obter aquela sensação de que a justiça (ou alguma forma
dela) pode prevalecer. Mais do que apenas uma série policial, “Seven Seconds” é uma atração sobre
Justiça, no sentido mais amplo da palavra. Não somente a Justiça dos tribunais,
como também aquela das ruas. Quem merece a Justiça? Ela é realmente para todos?
E que tal falarmos sobre a justiça social? Existe diferença entre vítimas ou
todos têm o mesmo direito? Nunca é demais discutir se o que está no papel é
aplicado na prática quando tratamos da Justiça para brancos ou negros, ricos ou
pobres, maiorias ou minorias. Na tela, acompanhamos o atropelamento de Brenton Butler, um garoto negro
de 15 anos. O culpado é um policial branco. Ele até cogita se entregar, mas seu
chefe e seus colegas de equipe o convencem a deixar para lá e apagar as pistas.
A partir deste momento, uma sucessão de fatos leva o espectador a conhecer os
diferentes lados desta história. Brenton é filho único de um casal de classe
média baixa. Sua mãe não consegue controlar sua dor, sua raiva, e inicia uma
busca pelo assassino de seu filho. Seu pai busca na Igreja um alento. Seu tio, militar,
acaba de voltar da guerra e tem de lidar com a morte do sobrinho enquanto busca
trabalho para se sustentar sem ter de se realistar. Por outro lado, o
policial culpado tenta seguir sua vida, mas tem a consciência pesada por ter
matado o garoto. Apesar disso, ele decide manter a farsa para ter tempo e
dinheiro – sua equipe recebe propina de traficantes – para cuidar de sua mulher
e de seu filho que acaba de nascer. Já seu chefe precisa apagar os rastros do
crime que pode ter deixado para trás. Há, inclusive, uma testemunha que precisa
ser eliminada ou desacreditada. Aqui, a série debate a corrupção policial e a
cadeia do tráfico de drogas que explora comunidades pobres com a promessa do
dinheiro fácil que pode tirá-los do bairro e da situação em que se encontram. Além
destes temas, “Seven Seconds” ainda fala de religião, de homossexualidade, de
vícios e de família. Mostra que todos nós temos nosso lado forte e nossos
pontos fracos. Consegue manter o enredo de uma série policial clássica, porém
sem muito maniqueísmo. “Second Seconds” não é genial, mas é muito interessante
por ser realista, por fugir dos rótulos, por dar voz a todos os personagens. É
uma série dramática sem ser piegas; uma série que fala de racismo sem ser
politicamente correta apenas; que trata a Justiça sem ser didática.
The
Sinner: Uma das várias estreias da Netflix neste ano, The Sinner chamou
nossa atenção: suspense de qualidade baseado em um livro de uma autora, Petra
Hammesfahr. A comoção causada pela série tem a ver com a maneira pela qual a
história é contada: em casos de assassinato, normalmente queremos saber quem
matou. Em The Sinner, logo no piloto já sabemos quem matou (e como também, numa
cena explícita e chocante). O que vamos descobrir ao longo de oito episódios é
o porquê do
assassinato. Cora (Jessica Biel) é uma mulher casada, mãe de
um garotinho pequeno, que trabalha numa empresa de ar-condicionados da família
do marido. Tem uma vida extraordinariamente normal, sai para trabalhar, volta
com o marido, ceia com os sogros, mora na casa ao lado deles. É uma boa esposa,
nora e mãe. A série se volta para a investigação acerca de um crime
precisa acabar quando se sabe qual foi o crime e quem foi o criminoso? Quando
uma jovem mãe de família comete um crime nefasto em público e se vê incapaz de
explicar o motivo que a levou áquele estado de fúria súbito, um investigador se
torna cada vez mais obcecado em entender as profundezas da psique da mulher,
desenterrando os momentos de violência que ela tenta manter no passado, longe
dos olhos do mundo. O assassinato acontece
no primeiro episódio da série e é apresentado em detalhes, isso porque Cora
esfaqueia sete vezes o jovem que cai ensanguentado na areia. É, realmente, não
é algo que dá para visualizar de primeira. Não faz sentido algum.,
por ser algo tão “fora da curva” fica a questão: o que fez Cora matá-lo? Qual a
razão disso tudo? E é justamente isso que a série tenta desvendar a todo
instante nestes oito episódios disponíveis na Netflix. Já que, se Cora não
conhece o jovem, quais as razões que ela tinha para querer matá-lo? A série é muito boa. Há tempos algo não me prendia com tanta
facilidade. Na trama, as informações vão sendo entregues aos poucos e daí vão
fazendo sentido para o todo.